Dias 01 e 02 de abril – 12h
Em frente às escadarias do Theatro Municipal de São Paulo
Assim como nas quatro primeiras apresentações da Ocupação Decameron, que aconteceram na Praça Roosevelt, dias 16 e 17 de março e no Parque Augusta nos dias 23 e 24 de março, os Parlapatões chegam a um local de sua origem como grupo, as escadarias em frente a Theatro Municipal da cidade de São Paulo.
Aqui a parceria se deu com mais que um grupo convidado, mas um grupo praticamente originado do Festival, que é a Cia. As Moças. Incluindo Fernanda Cunha, que está há 14 anos nos Parlapatões em diversas montagens.
Outra parceira importante é a Banda Angeli, formada a partir da Sioux 66, que integrou a montagem de Parlapatões Revistando Angeli, sobre a obra do cartunista. Com rocks compostos por Branco Mello (Titãs), Émerson Viallni (Funk Como Le Gusta) e Bento Mello (Sioux 66) em parceria com Hugo Possolo e Angeli, além de composições próprias e referências da MPB, reúnem canções que costuram as cenas e retratam o Brasil antes, durante e depois da pandemia.
Diferente dos outros dias de apresentações, essas são realizadas em dias de semana no horário de almoço para dialogar com o público trabalhador do centro da cidade, com foco no diálogo do teatro de rua, de raiz popular.
Nesse 01 e 02 de abril optamos por reunir e a cada dia uma diferente parte do processo criativo da peça Decameron: no primeiro dia as peças contemporâneas e, no segundo, as adaptações feitas diretamente da obra de Giovanni Boccaccio.
Diante da arquitetura icônica da cidade, o quinto dia, ou nossa Quinta Jornada, se dedica às peças/cenas que foram escritas em 2020 para o Festival de Cenas de UM MINUTO, apresentado durante a pandemia da Covid 19. E na nossa Sexta Jornada, adaptações, algumas inéditas e outras já experimentadas nas apresentações anteriores, reensaiadas e modificadas feitas a partir de novelas das dez jornadas originais. Uma maneira de separar os tempos para refletir e compartilhar como o público, suas diferenças e semelhanças.
Histórias da Quinta Jornada
Dia 01 de abril de 20224
A mentira sobre as tempestades de 2009 e as das previsões epistemológicas em um Minuto
Michele Ferreira
Revoada ao entardecer,
Airton Nascimento
Uma pobre mulher muito rica faz uma live antes de ir para Nova Iorque para fugir da pandemia.
Motoboy
Nado Cappucci
O encontro de dois mundos na entrega de uma pizza durante a pandemia.
Linguagem Neutra
Luh Mazza
Durante a gravação de um programa, duas mulheres Cis discutem a linguagem neutra.
O achatamento da curva não torna a terra plana
José Ronaldo Siqueira
Casal isolado em suas convicções nada inteligentes tenta se defender da possiblidade de tomar a vacina contra Covid.
Geografia do amor
Andreas Mendes
De São Paulo, uma mulher fala estatisticamente sobre sua dimensão do mundo.
Auxílio Emergencial
Maíra Dvorek e Ana Saggese
Durante a pandemia, um taxista aguarda na fila para receber o Auxílio Emergencial.
Asteroide
Jô Bilac
Poema narra a trajetória de um asteroide que vem de encontro à terra.
Histórias da Sexta Jornada
Dia 02 de abril de 20224
Abertura
Música Chiclete com Banana (Gordurinha e Almira Castilho)
Canção sucesso de Jackson do Pandeiro e que se tornou referência do Tropicalismo na voz de Gilberto Gil, abre a jornada marcando o espírito antropofágico que a encenação pretende.
O Jardineiro Mudo e/ou As Freirinhas
Adaptação de Hugo Possolo da 1ª Novela da 3ª Jornada, O Decameron, de Giovanni Boccacio.
O Velho Massetto conta a sua história, a do Jovem Massetto, que se faz passar por mudo para trabalhar em um Convento. As freiras começam a ter casos com ele até que ele não dá conta.
República dos Bananas
Angeli, Branco Mello, Émerson Villani e Hugo Possolo
Canção da peça Parlapatões Revistam Angeli, gravada pelos Titãs, que a partir da tira de mesmo nome, de Angeli, que satiriza da diversidade de pessoas que estão ou poderiam estar nas chamadas colunas sociais.
Prepúcio, Peronella e Gianello
A partir de
Água Fora da Bacia
Avelino Alves
com adaptação de Hugo Possolo da 2ª Novela da 7ª Jornada de O Decameron, de Giovanni Boccacio.
Prepúcio, um homem ingênuo, é enganado pelo Padre Gianello que mantém um caso com sua esposa. Peronella toma o controle da situação, virando o jogo.
Duas coisas que adoro e uma que odeio
Angeli, Branco Mello, Émerson Villani e Hugo Possolo
Canção da peça Parlapatões Revistam Angeli, que critica, a partir das preferências do autor Angeli, como os pensamentos cotidianos mais banais permitem entender infinitas visões de mundo.
A História de Andreuccio
Adaptação de Hugo Possolo da 5ª Novela da 2ª Jornada de O Decameron, de Giovanni Boccacio.
O jovem e arrogante napolitano Andreuccio, mercador de cavalos vai à cidade de Florença, onde acredita ter encontrado uma irmã que desconhecia. Sua vida só piora a cada golpe que cai na cidade até que consegue fazer seu próprio milagre.
Como é bom ser simples
Bento Mello, Branco Mello e Hugo Possolo
Canção, gravada pelos Titãs, composta durante a pandemia para a peça virtual Yérus Halem, de Hugo Possolo, encenada pelos Parlapatões, que reflete sobre o avanço do pensamento fascista em momentos de crise.
Ficha Técnica
Decameron:
Ocupação das ruas em criação
compartilhada com o público
O Projeto Decameron busca trazer ao público a essência dos Parlapatões com duas ações: a Ocupação Decameron e a peça Decameron. A Ocupação Decameron traz intervenções de rua, que resgatam a dimensão do teatro popular com base em uma obra clássica, que culminará no novo espetáculo do grupo, a peça Decameron.
Celebrando 33 anos de uma trajetória, os Parlapatões reúnem na Ocupação Decameron mais de 120 artistas, entre diretores, dramaturgos, bandas musicais, como Bolero Freak, Banda Angeli, Renata Versolatto e grupos parceiros, como Satyros, Cia. As Moças e Os Crespos, para encenar cem histórias, em dez apresentações nas ruas de São Paulo. O projeto ocupa a Praça Roosevelt, o Parque Augusta e as escadarias do Theatro Municipal, nos finais de semana (sábados e domingos), entre 16 de março e 14 de abril. A Ocupação Decameron é uma realização do grupo pelo Programa de Fomento ao Teatro da cidade de São Paulo.
Inspirado na obra de Giovanni Boccaccio, O Decameron, que aborda cem histórias em dez jornadas, contadas durante o período da Peste Bulbônica, iniciada em 1348. Com analogia direta com a recente pandemia de Covid, o projeto aborda tanto as novelas de Boccaccio quanto histórias contemporâneas.
O intenso processo de experimentação artística e de criação colaborativa junto ao público inclui diversas autorias e deságua na nova peça dos Parlapatões, de título homônimo, Decameron. Com direção de Hugo Possolo e dramaturgismo de Camila Turim, a montagem estreia em 26 abril no Espaço Parlapatões, com ingressos a preços populares. A peça busca sintetizar antropofagicamente a pesquisa e todas as experimentações da Ocupação Decameron e inclui visões trocadas na interlocução com os temas, grupos e artistas convidados.
Os dez dias da Ocupação Decameron representam uma ação concreta na relação histórica dos Parlapatões com o teatro de rua e com o entorno de sua sede, reafirmando o significado democrático dos espaços públicos da cidade.
As histórias contadas pelos Parlapatões
Cabe aos Parlapatões contarem cinco histórias em cada dia e o grupo convidado outras cinco. Partimos tanto de adaptações diretamente feitas da obra de Boccaccio quanto textos contemporâneos. Parte dos textos contemporâneos foram feitos especialmente para o grupo na edição do Festival de Peças de UM MINUTO realizado em 2020 durante a pandemia. Foram peças apresentadas on line ao vivo do palco do Teatro Porto Seguro, envolvendo mais 40 dramaturgos e 10 diretores convidados, que na Ocupação Decameron ganham nova versão para teatro de rua.
Cia. de Teatro As Moças
Na primeira edição do Festival de Peças de UM MINUTO, dos Parlapatões, as atrizes Angela Figueiredo e Fernanda Cunha se aproximaram e perceberam uma identidade que as uniu para a formar a Cia. de Teatro As Moças. Desde então, têm produzido espetáculos de dramaturgia densa, que aborda as questões feministas e as diferenças etárias no corpo das mulheres.
Recentemente a Cia de Teatro As Moças fez o projeto Relacões Indóceis: três textos curtos, espetáculo online de 2021, dirigido por Henrique Stroeter e ainda disponíveis no canal Angela Figueiredo no YouTube. São textos inéditos de três autoras contemporâneas: Mãe só tem uma, de Vana Medeiros; Não pare, não corra, não grite, não morra, de Michelle Ferreira e Bainha, de Angela Ribeiro.
O espetáculo Abre a Janela e deixa entrar o ar puro e o sol da manhã, com texto de Antonio Bivar e direção de André Garoli, estreou em 2018, no Centro Cultural São Paulo.
O monólogo O Coração dos Homens, de Veronica Stigger, com direção de Henrique Stroeter, que estreou e fez temporada na sala Beta do Sesc Consolação dentro do Projeto Escritoras na Boca de Cena que destacou a obra feminina no palco (2016).
Os espetáculos Noites Sem Fim, com direção de Marco Antônio Pâmio (2016/2017) e – O Último Beijo, sob direção de André Garolli (2014/15) também são importantes produções que lançaram a Cia.
Da Sioux 66 à Banda Angeli