Ao completar seus doze anos de atividade, os Parlapatões montam duas peças de Aristófanes, engendradas em um único enredo: As Nuvens e Um Deus Chamado Pluto. Na adaptação de Hugo Possolo, o título ganhou o status de folha de cheque de conta conjunta: As Nuvens e/ou Um Deus Chamado Dinheiro.
A marca parlapatônica do humor ágil, com jogos de improviso e participação intensa da platéia, ganha os ares contemporâneos na antiga comédia grega. Simplesmente porque em Aristófanes todos estes elementos, fundamentais da relação do homem com o seu tempo através do riso, já estão contemplados.
O teatro de Aristófanes, principalmente aquele que integra a sua obra no período da Comédia Antiga, é um contundente e sarcástico manifesto contra os elementos que ele julgava responsáveis pela decadência de Atenas.
Se tomarmos todas as decadências da civilização Ocidental como parâmetro do momento histórico que vivemos, a obra de Aristófanes se atualiza de maneira assustadora.
Com suas tramas trançadas, as duas peças tratam da vida de dois homens no limite do desespero. Estrepado, um homem rico, vê o filho metido em corridas colocando em risco sua fortuna; e outro, Crédulo, um pobre que não se conforma em trabalhar, ser honesto e ainda assim não se tornar rico. Ao transferirem aos Deuses a responsabilidade por aquilo que consideram injusto, caem em ciladas parecidas, cujas saídas são bem diferentes. Estrepado procura o filósofo Sócrates para ajudá-lo. Na adaptação Sócrates se torna Wall Street, um defensor de ideais da globalização. Estrepado é convencido de que o verdadeiro Deus, acima de Zeus, são as Nuvens. Wall o leva a crer em que tudo é possível, até o raciocínio mais injusto.
Já Crédulo, orientado por um oráculo, segue um andarilho cego. Descobre que o andarilho é o Deus Pluto, deus do dinheiro. Crédulo faz de tudo para recuperar-lhe a visão, além de aproximar todos os homens pobres e honestos no intuito fazê-los ricos também.
A junção das duas comédias em uma única trama, traduz a maneira como Aristófanes viu o papel nocivo dos demagogos na destruição econômica, militar e cultural de seu tempo.
A montagem dos Parlapatões visa um diálogo do texto com situações atuais, incluindo personagens de terno e gravata e cenas nas quais os atores improvisam sobre notícias do jornal do dia.
Uma mistura de sons eletrônicos faz a base, o drum base, de uma trilha que perpassa pelo contemporâneo, ironizando as modas que vão e vem. Músicas que ironizam os apelos românticos, e ao mesmo tempo colonizados, de nosso país.
O cenário em estilo hightec, de piso em alumínio, revela uma estampa gigante de uma nota de cem dólares, onde se lê: “In God we trust”. O verso deste telão é branco, onde se projetam algumas imagens, principalmente, a de nuvens, iguais as de tela de computador, em referência direta a Bill Gates.
A iluminação foge dos padrões teatrais buscando referências em exageros típicos de mega-shows. Projeções, fumaça e um certo apelo de rock’n roll inserem as imagens em um contexto diferente, onde até o verde e amarelo nacionais parecem fazer algum sentido.
Texto:
Aristófanes
Adaptação e Direção:
Hugo Possolo
Elenco:
Raul Barretto, Hugo Possolo, Fabek Capreri, Henrique Stroeter, Alexandre Bamba, Armando Junior e Willian Amaral
Direção Musical e Trilha Sonora Composta: Paulo Soveral
Iluminação: Wagner Freire
Figurino: Cláudia Shapira
Cenografia: Luiz Frúgoli
Assistência de Direção: Marcos Loureiro
Preparação Musical: Eduardo Contrera (percussão) e Marcelo Amalfi (guitarra e baixo)
Adereços: Silvana Marcondes
Costura: Cleuza Barbosa
Perucas: Inês Sacay
Cenotécnica: Nélson Silva e Quindó de Oliveira
Objetos de cena: Agentemesmo Objetcts and Subjects
Assistentes de Figurino: Renata Soarez
Contra-Regra: Rodrigo Bella Dona
Operação de Som: Deivison Nunes
Operação de Luz: Reynaldo Thomaz
Fotografia: Luiz Doro
Tratamento de Imagens: Werner Schulz
Programação Visual: Agentemesmo Produções Gráficas
Produção Executiva: Erika Horn
Comunicação e Assistência de Produção: Janayna Oliveira
Produção e Realização: PARLAPATÕES
26 de Março de 2003 – São Paulo – Folha On Line
Equipe para viagens
A equipe é composta por 10 pessoas, não inclusos os motoristas.
No Estado de São Paulo:
Uma Van leva a equipe. O cenário será transportado num caminhão baú Modelo 608 ou equivalente.
Para viagens a outros Estados:
A equipe de transporte aéreo e a carga em caminhão baú Modelo 608 ou equivalente.
Viagens ao Exterior:
Transporte aéreo para equipe e carga.
Dimensões
Palco
Boca de Cena com pelo menos 8 m. Profundidade de pelo menos 12 m.
Cenário 1000kg.
Carga transportada
03 (seis) baús com 1,10m x 0.60m x 0.60m. 61 (seis) embalagens de 2,10m x 0,20m 05 encaixes de ferro de cadeira gigante com aproximadamente 0,70m x 1,20 m x 0,60m cada. 02 cadeiras trucadas. 01 (uma) grua com dividida em seis peças. 03 assessórios de ferro de encaixe na grua.
Tempo de montagem: 12 horas.
Tempo de desmontagem: 3 horas.
Equipamentos Necessários
Rider Técnico
Equipamento necessário para a realização do espetáculo:
CENOTÉCNICA
O cenário é composto de uma persiana vertical (de 06m de altura por 10m de largura) para fixar em uma vara contra-pesada; uma lona sobre o piso (fixação com grampos e fita rosco); uma cadeira gigante (3m de altura por 1,70m de largura por 1,50 m de profundidade) e uma grua.
Necessitamos de rotunda preta em bom estado, com divisão no meio.
Convém ter disponível material para fixação, tais como cordas, cabos, fitas, pregos e grampeador e grampos.
SOM
• 01 (uma) mesa Mackie ou similar de 28 canais por 8 vias.
• 02 (dois) aparelhos de MD (mini-disk), com a função auto-pause disponível.
• 02 microfones de lapela
• 05 microfones de mão com fio e pedestal modelo SM 58 – Shure ou similar.
• Amplificação suficiente para as dimensões do teatro com equalização compatível com a sala de espetáculo. Para garantir a qualidade de som, solicitamos o seguinte equipamento complementar:
• Caixas de sub para PA
• Caixas de média para PA
• Potência Crest-Audio – CA4
• Potência Crest-Audio – CA6
• Potência Crest-Audio – CA9
• 02 Monitores Eletro-Voice
• 02 Sides
Observação:
1 – É importante que o equipamento venha acompanhado de respectivo multicabo com 24 vias, da cabine até os bastidores .
2 – Os microfones com fio serão utilizados com pedestais e seus cabos devem ser longos, permitindo que sejam manipulados em toda a extensão do palco.
LUZ
• 24 Refletores de 1000 W Par 64 – Foco 2.
• 36 Refletores de 1000 W Par 64 – Foco 5.
• 12 refletores PC de 1000 W.
• 12 refletores Tipo Fresnel de 1000 W.
• 18 Elipsoidais ETC 26¼ .
• 24 Set Lights Farcyc.
• 60 Circuitos Dimmer de 4.000 WATTS cada.
• 01 mesa de comando digital 60 canais para, no mínimo, 200 cenas. MARCA \ MODELO: ETC ESPRESSION 48/96 OU LBX 125 (STRAND LIGHT)
Observação: São necessárias 06 torres de pedo lateral e 04 técnicos para fazer a montagem.
PRODUÇÃO LOCAL
No sentido de agilizar o processo de montagem, solicitamos à produção local que providencie os seguintes itens com antecedência:
• 12 (doze) cadeiras e 01 (uma) araras para figurino.
Observação: as cadeiras e as araras serão usadas para contra-regragem dos figurinos e adereços, nas coxias.
• 01 (uma) Máquina de fumaça F-100.
• Água mineral para elenco e equipe técnica.
Observação: O espetáculo tem utilização de fogo no final da apresentação, sobre a cadeira gigante trucada com corda de amianto, com sistema próprio para abafar e apagar o fogo. É sempre conveniente a presença de um bombeiro na coxia durante o espetáculo.