Dias 16 e 17 de março – 17h – Praça Roosevelt 

Ocupação Decameron

O Projeto Decameron busca trazer ao público a essência dos Parlapatões com duas ações: a Ocupação Decameron e a peça Decameron. A Ocupação Decameron traz intervenções de rua, que resgatam a dimensão do teatro popular com base em uma obra clássica, que culminará no novo espetáculo do grupo, a peça Decameron.

Celebrando 33 anos de uma trajetória, os Parlapatões reúnem na Ocupação Decameron mais de 120 artistas, entre diretores, dramaturgos, bandas musicais como Bolero Freak, Banda Angeli, Renata Versolatto e grupos parceiros, como Satyros, Cia. As Moças e Os Crespos, para encenar cem histórias, em dez apresentações nas ruas de São Paulo. O projeto ocupa a Praça Roosevelt, o Parque Augusta e as escadarias do Theatro Municipal, nos finais de semana (sábados e domingos), entre 16 de março e 14 de abril. A Ocupação Decameron é uma realização do grupo pelo Programa de Fomento ao Teatro da cidade de São Paulo.

Inspirado na obra de Giovanni Boccaccio, O Decameron, que aborda cem  histórias em dez jornadas, contadas durante o período da Peste Bulbônica, também chamada de Peste Negra, iniciada em 1348. Com analogia direta com a recente pandemia de Covid, o projeto aborda tanto as novelas de Boccaccio quanto histórias contemporâneas.

O intenso processo de experimentação artística e de criação colaborativa junto ao público inclui diversas autorias e deságua na nova peça dos Parlapatões, de título homônimo, Decameron. Com direção de Hugo Possolo e dramaturgismo de Camila Turim, a montagem estreia em 26 abril no Espaço Parlapatões, com ingressos a preços populares. A peça busca sintetizar antropofagicamente a pesquisa e todas as experimentações da Ocupação Decameron e inclui visões trocadas na interlocução com os temas, grupos e artistas convidados.

Os dez dias da Ocupação Decameron representam uma ação concreta na relação histórica dos Parlapatões com o teatro de rua e com o entorno de sua sede, reafirmando o significado democrático dos espaços públicos da cidade.

PARLAPATÕES

Nas duas primeiras apresentações da Ocupação Decameron, os Parlapatões trazem cinco histórias por dia, tanto de adaptações diretamente feitas da obra de Boccaccio quanto textos contemporâneos. Parte dos textos contemporâneos foram feitos especialmente para o grupo na edição do Festival de Peças de UM MINUTO realizado em 2020 durante a pandemia. Foram peças apresentadas on line ao vivo do palco do Teatro Porto Seguro, envolvendo mais 40 dramaturgos e 10 diretores convidados, que na Ocupação Decameron ganham nova versão para teatro de rua.

Ficha técnica

Concepção do projeto Decameron: Camila Turim

Direção Geral: Hugo Possolo

Dramaturgismo: Camila Turim

Elenco: Andreas Mendes, Camila Turim, Fernanda Cunha, Hugo Possolo, Leandro Vieira, Mawuzi Tulani, Raul Barretto e Tadeu Pinheiro

 

Equipe da Ocupação Decameron:

Pesquisa e trilhas sonoras: Deivison Nunes 

Manipulação e teatro de animação: sob a direção de Wanderley Piras, com participantes da Oficina de Teatro de Animação do projeto na fase Prepara Decameron e convidadas: Juliana Moraes, Juliany Pessoa e Marina Atra.

Canto: com arranjo e coordenação de Renata Versolatto, participantes da Oficina de Canto do projeto na fase Prepara Decameron: Caroline do Amaral, Felipe Beraldo, Isadora Rodrigues, Kika Lemos, Larissa Leão, Marcos Pê, Marina Atra, Marlon Severo e Tatá. Acompanhados pelo músico convidado especial: Leo Versolatto

Recuperação, preservação, pesquisa de acervo de figurinos e elaboração criativa na Ocupação Decameron: Fernando Fechio.

Estudo de Figurinos: Adriana Vaz e elenco.

Assistente de Figurino: Felipe Cabral e Letícia Gomide

*Na Ocupação Decameron estamos trabalhando em Figurinos com criações próprias, bem como trabalho de outros figurinistas, nos utilizando do acervo Parlapatões como também de acervo do elenco. Tudo feito no estilo agentemesmo fashion style.

 

Fotos: Luis Doroneto

Captação Audiovisual: Polvo

Câmeras: Sol Faganello, Nina Brito e Deivison Nunes

Edição: Deivison Nunes

Designer gráfico: Werner Schulz

Assessoria de Imprensa: Fernanda Couto

Redes Sociais: Camila Turim

 

Administração Espaço Parlapatões: Isadora Tucci

Assistência de Produção Espaço Parlapatões: Camila Cavicchioli

Responsável técnico Espaço Parlapatões: Vitor Morpanini

 

Assistência de produção: Camila Cavicchioli

Produção Executiva: Isadora Bellini e Isadora Tucci

Produção: Cristiani Zonzini

Coordenação de produção: Hugo Possolo e Raul Barretto

Realização: Nada de Novo Produções Artísticas / Parlapatões

 

Projeto contemplado pela 39ª edição do Programa de Fomento ao Teatro da cidade de São Paulo.

Histórias da Primeira e Segunda Jornada

Primeiro dia

A mentira sobre as tempestades de 2009 e as das previsões epistemológicas em um minuto
Michele Ferreira

A mídia, o governo, as enchentes, a pandemia e os descasos sociais são carnavalizados zombando do conflito entre narrativas que o país vive.


Revoada ao entardecer
Airton Nascimento

Uma pobre mulher muito rica faz uma live antes de ir para Nova Iorque para fugir da pandemia.


Água fora da bacia
Avelino Alves, a partir de O Decameron, Giovanni Boccaccio

O marido traído, Prepúcio, arma uma surpresa para sua esposa Peronella e o amante, o Padre Gianello.


Linguagem Neutra
Luh Mazza

Durante a gravação de um programa duas mulheres Cis discutem a linguagem neutra.


Asteroide
Jô Bilac

Poema narra a trajetória de um asteroide que vem de encontro à terra.

Segundo dia


Distópica

Federico Rica

Homens passam em frente a uma obra e mulheres “mexem” com eles.


Jardineiro mudo
Adaptação de Hugo Possolo da 1ª Novela da 3ª Jornada de Decameron, de Giovanni Boccaccio

Um jovem se passa por surdo mudo para trabalhar em um convento e as freiras descobrem o prazer com ele.


Motoboy

Nado Cappucci

O encontro de dois mundos na entrega de uma pizza durante a pandemia.

 
Nen e o bando
Susy Lins

O destino do menino de rua Nen quando seu bando encontra um passarinho ferido.


Abraço: modo de usar
Marcelo Oriani

Arqueólogos do futuro encontram uma foto em duas pessoas se abraçam e tentam entender o que é gesto afetivo abandonado por causa de uma pandemia.

Grupo convidado:
SATYROS

A partir de provocações realizadas pelos Parlapatões, envolvendo a 4ª e 8ª jornadas do romance Decameron, de Giovanni Bocaccio, Os Satyros criaram 10 cenas curtas contando histórias abordando os temas da crise da masculinidade (4ª jornada) e da enganação e burla (8ª jornada).

Ficha Técnica

Direção: Eduardo Chagas

Textos: Luis Holliver e Augusto Nicoletti

Elenco: Alex Félix, Neni Benavente, João Castellano, Morena Marconi, Roni Máximo

 

Coordenação Geral: Rodolfo García Vázquez

 

Sinopses

 

4ª Jornada

 

Luciana
Augusto Nicoletti

Luciana se vê numa situação absurda ao descobrir que foi oferecida pelo próprio namorado para seu amigo

 

A sala de reuniões
Augusto Nicoletti

Na sala de reuniões de uma empresa é tomada uma decisão que prejudica diretamente às mulheres, enquanto a única mulher da sala (e a única com bom senso) tenta contestar a situação.

 

Dois manifestantes
Augusto Nicoletti

Dois ativistas de extrema direita se preparam para se juntar a um grupo de manifestantes em Brasília até que um deles traz à tona acontecimentos da semana anterior que podem mudar completamente essa relação.

 

Desafio
Augusto Nicoletti

Quatro homens estão tentando ser aceitos em um grupo de culto à masculinidade, mas para isso eles terão que se encaixar em uma série de requisitos que os farão questionar o que é ser verdadeiramente um homem.

 

O choro é livre
Luis Holliver

Um grupo de machistas anônimos faz seu encontro semanal para tentarem se livrar de sua masculinidade tóxica e recuperar sua sensibilidade.

 

8ª Jornada

 

Close nela ou Fotogênese
Luis Holliver

A história de Tia Marta pode ser contada através de todas as fotos ruins que já foram tiradas dela. Essas fotos, no entanto, revelam uma biografia de trapaças e crueldade.

 

Santo de aluguel
Luis Holliver

Um mentiroso compulsivo ganha dinheiro em troca de falsos milagres. Tudo muda quando ele chega em São Paulo e a culpa cristã bate na sua porta.

 

A mulher virtuosa
Luis Holliver

Uma mulher recatada recebe a visita de sua amiga de juventude, que ela julga ser devassa e escandalosa. Seu ódio e inveja aumenta quando descobre que ela está classificada para o Concurso de Beleza Mulher Cristã.

 

Fantasmas
Luis Holliver

Uma moradora da Santa Cecília contrata uma benzedeira para livrar sua casa de um suposto fantasma que assola pequenos burgueses.

 

Laurinha
Augusto Nicoletti

Mariana engana a população de sua cidade, inventando histórias e vendendo laranjas a preços absurdos. O que a cidade não sabe é de onde estão vindo as laranjas de Mariana.

 

Os Satyros

A Companhia de Teatro Os Satyros foi fundada em São Paulo, em 1989, por Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez. Já com o primeiro trabalho, “Aventuras de Arlequim”, receberam o Troféu APCA de melhor ator (Ivam Cabral) e atriz coadjuvante (Rosemeri Ciupak), além da indicação ao Prêmio Mambembe de melhor texto (Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez). Mas foi em 1990, a partir da montagem “Sades ou Noites com os Professores Imorais”, que a companhia se tornaria nacionalmente conhecida.

Na época, o grupo assume a direção do Teatro Bela Vista e realiza diversas iniciativas culturais. É deste período a organização do “Folias Teatrais”, evento em homenagem à primavera, que deixa o Teatro Bela Vista aberto ininterruptamente durante 4 dias e 4 noites e, assim, pontua a resistência da cultura naquele difícil momento. Durante o evento, a companhia recebeu artistas de diversos lugares do País, das áreas de artes plásticas, teatro, dança, música, jornalismo e literatura.

Com a estreia de “Saló, Salomé”, em 1991, Os Satyros começam a definir uma linha própria de pesquisa. Depois de um ano em cartaz em São Paulo, o espetáculo é convidado a representar o Brasil em alguns festivais de teatro europeus: o FITEI, em Portugal, e o Festival Castillo de Niebla, na Espanha. Desta forma nasce a sede portuguesa do grupo. Instalados em Lisboa, Os Satyros produzem vários espetáculos e se apresentam em importantes teatros na Europa.

A partir de 1994, a companhia começa a trabalhar novamente no Brasil e elege Curitiba para abrigar a sua sede brasileira. Nesta fase o grupo trabalha intensamente entre Brasil e Portugal.

Em 1997, enquanto trabalham no eixo Curitiba-Lisboa-Berlim, Os Satyros são convidados a desenvolver trabalhos para a instituição alemã Interkunst. Em 2000, com a inauguração da sede paulistana da companhia na Praça Roosevelt, Os Satyros fecham as portas de seu braço português. Entre os anos de 2000 e 2005, quando deixa a direção do Interkunst, Os Satyros trabalham em Curitiba, São Paulo e em diversas cidades europeias, pois o trabalho da instituição alemã não se limita apenas às cidades alemãs.

Principais responsáveis pela revitalização da Praça Roosevelt – ao chegarem ali o local era considerado um dos mais perigosos do centro da cidade – Os Satyros têm realizado importante trabalho social. Desde a sua chegada à Praça Roosevelt, o grupo realiza, no início da primavera, a maratona cultural Satyrianas.

O evento que, durante 78 horas ininterruptas, oferece inúmeras atividades teatrais de acesso livre aos moradores da cidade, passou, a partir de 2009, a integrar o calendário oficial do Estado de São Paulo. Em sua última edição, a Satyrianas contou com a participação de mais de 7 mil artistas, ofereceu 600 atrações e atingiu um público de cerca de 60 mil espectadores.

Em 2014, após trabalhos com seriados e programas de televisão, Os Satyros lança seu primeiro longa, “Hipóteses para o Amor e a Verdade”, marcando o nascimento do braço Satyros Cinema. “A Filosofia na Alcova”, segundo longa da produtora, foi lançado em novembro de 2017.

Em seu curriculum, Os Satyros produziram mais de 100 espetáculos, se apresentaram em 20 países e, das mais de 100 nomeações, receberam 53 prêmios – incluindo os maiores do teatro brasileiro, como APCA, Shell, Mambembe, APETESP e Governador do Estado do Paraná.