Pantagruel
Estreou em 2001, no Teatro Sesc Anchieta. Ficou em cartaz também no Teatro João Caetano. No total foram cinco meses de teatro lotado para ver o resultado de dois anos de pesquisa do grupo.
Os Parlapatões realizaram uma pesquisa em torno da obra de François Rabelais. Inspirados nos romances Gargântua e Pantagruel, Hugo Possolo e Mário Viana escreveram a peça Pantagruel, uma comédia que contava a vida do príncipe de Utopia, Pantagruel, um gigante que busca salvar seu reino de uma invasão.
Além do humor típico do grupo, o espetáculo contou com recursos visuais e musicais. A utilização de tubos de pvc, feita de diversas maneiras, provocava a imaginação do espectador quando com um mesmo objeto consegue se representar espadas, remos, árvores etc.
Em cena de participação de platéia, divertida característica do grupo, tubos são distribuídos ao público para que, através de sons, desvendassem junto ao herói um dos enigmas de sua aventura.
O trabalho musical contou com canções engraçadas, de letras irreverentes e escatológicas, com brincadeiras que caminhavam da ópera ao rap. Coreografias mesclavam elementos brasileiros, como o maculelê ao jogo de malabares circense.
Sempre presente, o humor popular do grupo contava a história deste gigante nada assustador que representa a grandiosidade do humanismo. Pantagruel busca, em sua metáfora simples e direta, retomar a ilha de Utopia. Com ela, a esperança de que ainda possam existir sonhos, ideologias, vontades coletivas e paz. Valores muito distantes de nossos dias.
QUEM FOI RABELAIS
O espetáculo Pantagruel é o resultado de dois anos de pesquisa em torno da obra de Rabelais e outros autores renascentistas, como Tomás Morus, Erasmo de Roterdã, Miguel de Cervantes e William Shakespeare. Uma pesquisa voltada às origens da comédia no Ocidente.
François Rabelais (1494-1553), que assinava suas obras com o anagrama de Alcofribas Nasier, é fonte de referências e consultas em toda a literatura. Representa para a literatura francesa o mesmo que Shakespeare para a dramaturgia inglesa.
Contemporâneos, ambos são o símbolo da síntese que o classicismo empreendeu na construção do humanismo. Rabelais, nos cinco volumes que compõem Pantagruel e Gargântua, faz o compêndio mais abrangente que a História já registrou no que se refere ao riso e à cultura popular em seu tempo. O cômico e toda sua formação popular são distribuídos ao longo da obra que narra as hilárias passagens da vida do gigante Pantagruel, filho de Gargântua.